sexta-feira, 10 de setembro de 2010

QUEM ATIRA A PRIMEIRA PEDRA?



QUEM ATIRA A PRIMEIRA PEDRA?


Existem muitas pessoas que se dizem incapazes de perdoar erros alheios.
São pessoas que se julgam perfeitas, e portanto, não cometem erros... segundo seu julgamento pessoal, é claro. Geralmente são as que mais cometem erros. O primeiro deles, é um erro de julgamento, logo condenando outrem por uma primeira impressão, por algo que possivelmente não entendeu corretamente. E isso é um erro crasso, sem dúvida alguma.
Não é porque alguém pensa de maneira diferente do que a nossa, seu pensar é errado. Tão somente trata-se de alguém que tem outro ponto de vista. Há que se parar para pensar antes de fazer críticas ofensivas. Se queremos ter nossos pontos de vista respeitados, temos que respeitar os alheios, por mais discordantes que sejam.
É necessário sempre ter presente que não existe a verdade absoluta, eterna. Uma nova maneira de pensar pode mudar regras antes tidas como imutáveis. Isso existe e sempre existiu, e continuará existindo. Tudo é passível de mudanças. Vamos reavaliar nossas idéias, atualizando-as. Não fiquemos presos a certos grilhões a que nos levam certos pensamentos retrógrados.
Se não quisermos aceitar outra maneira de pensar, vamos pelo menos respeitar quem pensa de maneira diferente. Poderemos eventualmente dialogar, manifestando nossa discordância, e nunca criticar acerbamente só porque não concordamos com algum pensamento alheio, mesmo que esteja errado. Pode ser que o erro seja nosso...
Não podemos nos esquecer de que todos nós somos passíveis de erros. A perfeição não existe. Claro que é muito fácil apontar erros alheios. O difícil é aceitar e reconhecer os próprios.
Por que será tão difícil aceitar nossa falibilidade? Por que será tão fácil apontar falhas de outrem?
Não se esqueçam de que, ao apontar com o dedo indicador para alguém, existem três outros dedos apontando para seu peito...
Um pensamento de L’Inconnu que vem a calhar.
"Aquele que não pode perdoar, destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar."
Claro que a incapacidade de perdoar acaba nos deixando como que insensíveis... nos deixando mais duros... e tirando igualmente, a capacidade de reconhecer os próprios erros. Acabaremos criando uma capa de infalibilidade que na verdade inexiste para os seres humanos.
Paralelamente, essa dureza excessiva também criará nas outras pessoas uma expectativa de nos dar o troco quando falharmos. Da mesma maneira que não fomos capazes de relevar eventuais "mancadas" alheias, ninguém nos desculpará por uma "rata" nossa, por menor que ela seja.
Claro existem falhas, erros, "mancadas" que exigem uma punição. E uma punição rigorosa. Porém essa punição deverá ser aplicada por quem de direito. Nunca por quem não tiver autoridade para tanto.
Aliás, é justamente por isso que para se definir uma culpabilidade, existe um júri, composto por diversas pessoas que se devem por de acordo. E mesmo assim ocorrem falhas... Que dizer então, de um julgamento feito precipitadamente no aceso de uma discussão, ou analisando algo que nos prejudicou?
Para tanto, sempre deveremos ter em mente que nosso julgamento, bem como nossos atos, é sujeito a falhas. E, da mesma maneira que estamos julgando os erros de alguém... teremos nossos erros julgados amanhã... E certamente não gostaremos de ser analisados com a mesma dureza que fazemos nossa análise, nosso julgamento.
Existe uma outra frase famosa, também do meu amigo L'Inconnu: Errar é humano... Perdoar é divino. Claro que, conforme o que tenha acontecido, não é muito fácil perdoar-se alguém... Mas sempre deveremos nos perguntar se agiríamos de maneira diferente, em se trocando as posições. Sempre deveremos nos colocar do outro lado, para sentir como gostaríamos de ser tratados. E assim agir...
(Marcial Salaverry)




“Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar as minhas opiniões, porque não me envergonho de raciocinar e aprender.”
(Alexandre Herculano)

Nem eu... ;)

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